O que é Gestão de Obras?

Gestão de Obras é a administração de tudo o que está envolvido em uma obra. Como, por exemplo, a emissão de projetos e o mapeamento dos materiais utilizados, dos líderes de cada atividade e das equipes designadas para cada função. Assim, é possível um acompanhamento mais próximo e, portanto, mais assertivo.

Os responsáveis pela gestão da obra são os engenheiros e os coordenadores das obras, incluindo a segurança do trabalho e a equipe administrativa do canteiro e do escritório. Esse gerenciamento eficaz garante a segurança dos funcionários e o controle financeiro, de prazo e de qualidade da obra. Além disso, evita retrabalhos e diminui o tempo ocioso, por exemplo, aguardando a chegada de um material no canteiro. Mais do que isso, também assegura o construtor em futuros eventuais problemas, como uma rachadura ou vazamento. 

Segundo João Castro Filho, Gestor de Implantação na Insole, outro objetivo da gestão de obras é “implementar formas de gestão, como a Metodologia Ágil, onde não apenas os engenheiros e os coordenadores, mas todos os colaboradores possam cooperar para que a obra evolua e não fique estagnada por falta de equipe ou material”. 

Melhores práticas de gestão de obras

Castro indica as reuniões de sprint diárias que duram em torno de 15 a 20 minutos e são bem objetivas: indicar a atividade a ser executada e se ela foi ou não finalizada, e os motivos. Apenas às sextas-feiras, já no fim do dia, ele realiza reuniões de alinhamento semanal, a fim de melhorar os processos executivos da empresa. 

Pedro de Freitas Mendonça, Coordenador de Engenharia em projetos de geração distribuída, enfatiza a importância da boa relação entre todos os colaboradores envolvidos nos processos. É importante “garantir que todas as áreas que fazem conferência da documentação estejam treinadas para isso, a fim de preservar o fornecimento ininterrupto da matéria prima necessária para a obra” 

Além disso, a gestão desses documentos deve ser padronizada, ter uma periodicidade definida e, principalmente, ser cumprida.  

Documentos essenciais na gestão de obras

Os documentos devem seguir uma versão mestre e padronizada por um sistema de gestão, até visando as futuras auditorias pelas quais a obra irá passar. Além dos registros físicos, devem ser manipulados em nuvem e armazenados pelo prazo estipulado. 

São eles: 

Controle Administrativo:

– Pessoal (Contratação, férias e folgas de campo) 

– Fornecedores (de comida, de água, de material de construção, de abastecimento e de moradia) 

– Ferramental 

Controle de Materiais:

– Controle de Recebimento (assinado pelo cliente e pelo construtor) 

Controle de Equipamentos:

– Controle Diário 

– Checklist de segurança (assinado pelo condutor) 

Controle de Serviços:

– Procedimentos, verificações em campo e em fábrica 

QSMS (Qualidade, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente)

– Controle de EPI (Equipamento de Proteção Individual) 

– Análise Preliminar de Risco (APR) 

Castro e Mendonça concordam:  a desorganização e a falta de cumprimento de prazos são os erros mais comuns na gestão de obras. Decorrem, sobretudo, da falta de padronização e controle de documentos e podem ser evitados com o uso de um aplicativo ou documento mestre aliado a um sistema de nuvem. 

Outro erro é a gestão deixar de ter um olhar 360 e focar apenas em uma atividade: ao deixar outra de lado, ela ficará sem administração e sob o risco de faltar material ou deixar a equipe ociosa, provocando atraso no cronograma e aditivos a prazo e de custo. 

Acima de tudo: esquecer que o outro também é humano. Tratar o colaborador apenas como mais um diminui seu índice de felicidade e produtividade. Valorizá-lo e tratá-lo de forma respeitosa terá o efeito inverso – bom para a obra, para o funcionário e para o gestor. 

Maiores desafios em gestão de obras

O maior desafio da gestão de obras é lidar com pessoas. Alguns colaboradores que estão há mais tempo nas atividades podem considerar a gestão de obras desnecessária, questionar os comandos dos gestores e não colaborar para o funcionamento do fluxo de documentos, trazendo problemas de abastecimento, de custos e de cronograma. 

Para contornar essa dificuldade, Castro recomenda que o gestor se aproxime do colaborador e procure explicar todos os benefícios de todos estarem alinhados no mesmo ritmo e fazerem a gestão funcionar. 

A tecnologia e o uso de softwares de gestão

A tecnologia permite não só a padronização, mas também a digitalização e administração em campo e em tempo real. Com ela, é possível fazer a gestão à distância, como em outro estado, com a emissão de relatórios e de fotos para verificação da atividade pelo gestor da obra e assinatura local pelo engenheiro. 

Segundo Mendonça, a tendência é o uso de softwares cada vez mais tecnológicos. Eles permitem que todos da equipe consigam acompanhar diariamente a obra, como a quantidade de projetos emitidos, saber quantos foram ou não liberados e até a exportação dos relatórios de produtividade. Assim, é possível elaborar um plano de ação para evitar possíveis atrasos. 

Outra tendência é o aumento de pessoas especializadas em processos para tornar a obra cada vez mais digital, diminuindo o prazo e o custo e evitando atrasos no cronograma contratado. 


TEXTO: Rafaela Assali 


COLABORAÇÃO TÉCNICA

Pedro de Freitas Mendonça – Engenheiro Eletricista e Coordenador de Engenharia em projetos de geração distribuída 

João Castro Filho – Gestor de Implantação na Insole e especialista em gestão de projetos e pessoas. Tem amplo conhecimento voltado para construções de infraestrutura, usinas solares e liderança. 

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