A concretagem é uma das etapas mais importantes e desafiadoras dentro de uma obra. Durante sua execução, os engenheiros podem ter de coordenar, por exemplo, mais de 20 caminhões betoneiras ao mesmo tempo.
Sem um controle rigoroso de cada fase da concretagem e sem informações confiáveis sobre o histórico do concreto, a probabilidade de futuros problemas ocorrerem é enorme, prejudicando a obra, os funcionários, os clientes e a própria empresa.
Para evitar que isso ocorra, as construtoras e incorporadoras devem fazer o rastreamento, ou seja, localizar e acompanhar o ciclo de vida desse material.
Com a ajuda de um plano de controle tecnológico (PCT) bem elaborado e do uso de tecnologias, esse serviço fica muito mais fácil.
Entenda!
O que é a rastreabilidade do concreto?
Como o próprio nome já diz, a rastreabilidade do concreto é um processo que permite que o insumo contido em cada caminhão betoneira que chega a uma obra seja rastreado.
Com isso, é possível levantar várias informações sobre esse material, como quem o fez, onde foi produzido, quais foram os lotes usados e o seu traço. Também é possível rastrear o local onde será utilizado e se ele, de fato, atingiu a qualidade esperada.
Para fazer a rastreabilidade do concreto, amostras, chamadas de corpo de provas, são enviadas para um laboratório. Cabe a um laboratório acreditado pelo InMetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) analisar sua resistência à compressão e comparar com o número ideal pré-definido pelo projetista, determinando se o concreto é ou não de qualidade.
O que é o Plano de Controle Tecnológico e como ele ajuda na gestão do concreto?
Em resumo, o PCT é um documento que visa atender às exigências da Norma 15575 (Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais) e ao regimento do SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil), desenvolvido pelo PBQP-H, e é um dos maiores aliados na gestão do controle do concreto em obra.
“Esse documento deve nascer durante a elaboração do plano de qualidade da obra, na hora de traçar o planejamento dos serviços que serão executados e os materiais que precisam ser controlados, como é o caso do concreto. Nesse momento, se identifica quais ensaios de controle tecnológico serão realizados”, explica Marco Guerra, engenheiro civil e da segurança de trabalho, diretor da MGuerra Engenharia.
Através do PCT é possível relacionar os meios, as frequências e os responsáveis pela realização dos ensaios dos materiais controlados a serem executados em uma obra, bem como comprovar o atendimento das normas técnicas aplicáveis e os requisitos de projeto.
Qual é a importância do Plano de Controle Tecnológico (PCT)?
O PCT é um dos principais documentos de um empreendimento. Nele, se encontram todas as evidências coletadas pela obra através de auditorias.
Vale lembrar que os agentes financiadores de obras (sejam bancos ou fundos) exigem a certificação do regimento do SiAC para conceder, a contratantes públicos ou privados, crédito para a construção.
“Trata-se de um critério de qualificação técnica, que permitirá ou não que as empresas participem das concorrências. Para as empresas, apresentar esse documento é uma forma de demonstrar para os organismos de certificação que a construtora está em aderência aos procedimentos. Sua ausência pode trazer impactos na manutenção de qualquer tipo de certificação”, explica.
No pós-entrega, o PCT é a garantia que as empresas têm para comprovar que a sua obra foi construída dentro das normas.
Quais são as etapas do Plano de Controle Tecnológico (PCT)?
O plano de controle tecnológico de uma construtora deve seguir as seguintes fases:
– Planejamento da realização de todos os ensaios (através de planilhas e apps);
– Contratação de laboratórios previamente certificados, com expertise nos ensaios;
– Análise dos resultados de todos os ensaios e consulta aos projetistas, no caso de resultados negativos para definição de disposição;
– Retenção de evidências que possibilitem a recuperação rápida (digital);
– Atenção ao adotar ensaios de sistemas feitos por terceiros. Eles só serão válidos desde que o sistema executado pela empresa tenha a mesma caracterização daquele que tiver sido ensaiado;
– Análise de todos os laudos enviados pelos fornecedores e certificação de que todos atendam aos requisitos de desempenho estabelecidos em projetos.
Como a tecnologia pode ajudar na etapa de rastreamento do concreto?
Quando o assunto é concreto, especificamente, o controle tecnológico desse insumo pode se beneficiar, e muito, do uso de algumas tecnologias de ponta.
Confira as principais ferramentas tecnológicas que auxiliam nessa etapa:
QR Codes – com eles, é possível evitar o risco de reescrever um número errado em um código de relatório, aumentando o retrabalho.
Softwares – essa ferramenta pode ser usada para digitalizar todo o processo de mapeamento.
BIM (Building Information Modeling ou, em português, modelagem da informação da construção) – nesse sistema de modelagem de estrutura, é possível incorporar várias informações sobrepostas, eliminando a necessidade do uso de uma quantidade infinita de papel para documentar os relatórios de rastreabilidade do concreto e facilitar sua visualização.
Drones – esses equipamentos com emissores de frequência de ondas são capazes de bater no concreto e voltar e podem ser utilizados no pós-mapeamento da resistência do material. Nas áreas internas, é possível caminhar levando o equipamento de frequência na mão.
Como o Construpoint auxilia a gestão do controle tecnológico do concreto?
Com o módulo de Rastreabilidade do Concreto disponível na plataforma Construpoint, da Construmarket, é possível digitalizar todo o processo, pintar o mapeamento de forma digital e cadastrar os relatórios em um único lugar, eliminando o papel.
Além de permitir um controle mais rigoroso, essa etapa do serviço de concretagem fica muito mais organizada e menos suscetível a erros humanos, minimizando a necessidade de controle da burocracia de documentos ou perdas de pastas no final da obra.
Mas como usar o Construpoint durante essa etapa da obra?
Segundo Ralph Montelo, diretor de produtos de projetos e obras da Construmarket, a plataforma permite cadastrar os modelos das fichas preenchidas no campo através do menu de Rastreabilidade do Construpoint.
“O Construpoint aceita o modelo que as empresas já utilizam. Com isso, é possível configurar também as plantas de estruturas e fôrmas e atribuir os locais e os pavimentos, ‘subindo’ o projeto uma vez só na plataforma e replicando para os pavimentos nos quais ele se encaixa”, explica o diretor.
A interface pode ser acessada via web ou via tablets e celulares, através do aplicativo do Construpoint.
“Com os celulares e tablets, é possível fazer as conferências no momento do recebimento do concreto. O recurso também permite que a programação de entrega seja feita para o dia agendado. Um painel kanban acompanha as fichas em andamento e as fichas que estão aguardando laudos. Essas fichas serão aprovadas ou não pelos engenheiros responsáveis”, completa Montelo.
Muito além da rastreabilidade do concreto
O recurso também permite que seja feito o upload da nota fiscal. Através do seu número, é possível buscar e acompanhar cada ficha.
Todos os dados referentes ao concreto que foi entregue, tais como slump, horários de concretagem, coleta de corpo de prova e dias esperados para rompimento, ficam disponíveis.
“O Construpoint gera alertas e os engenheiros são notificados sobre os ensaios e laudos que precisam subir na plataforma. Utilizando o app, é possível demarcar a área de cada nota fiscal, informação que fica disponível para consulta com as datas previstas com o rompimento de corpo de provas e os campos para anexação dos laudos”, observa o diretor.
“Esse módulo vai muito além da rastreabilidade do concreto. Também auxilia a construtora na gestão do controle tecnológico do concreto, o que é muito importante”, acrescenta Marco Guerra.
O módulo de Rastreabilidade do Concreto do Construpoint ainda permite lançar diversas notas fiscais em uma ficha, eliminando a necessidade de criar uma inspeção em cada nota fiscal.
Conclusão
A etapa de concretagem exige um controle bastante rigoroso por parte das empresas da construção civil.
Contar com um Plano de Controle Tecnológico (PCT) bem elaborado e executado e com o devido processo de rastreamento do concreto são ações que não devem ser negligenciadas.
Como o uso de tecnologias, como a plataforma Construpoint, da Construmarket, é possível dinamizar, organizar e minimizar erros durante esse procedimento.
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Marco Guerra – engenheiro civil e da segurança de trabalho, diretor da MGuerra Engenharia
Ralph Montelo – diretor de produtos de projetos e obras da Construmarket