Gestão da qualidade na construção civil

Gestão da qualidade é o conjunto de ações, tarefas e políticas da empresa que se relacionam à qualidade, visando a melhoria dos processos e a satisfação dos clientes. Para isso, o gestor da qualidade deve ter um conhecimento e contato macro com os processos e ficar atento ao todo, não apenas focado em um produto ou serviço. 

As atividades da construção civil, por exemplo, passam por várias etapas até a entrega da obra, como a concepção do projeto, a captação de terreno, a engenharia e outras atividades. Com o controle e acompanhamento de todas elas, é possível evitar erros e atrasos na obra, diminuir prejuízos financeiros e aumentar a competitividade no mercado. Portanto, cada vez mais, trata-se de uma questão estratégica nas organizações. 

A gestão da qualidade se baseia nos requisitos da certificação ISO 9001. Para implantá-la, portanto, é preciso seguir todos os requisitos normativos.  

O que é SGQ?

Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é uma ferramenta utilizada para gerenciar todos os processos. Como são muitas pessoas envolvidas, o SGQ auxilia na implantação, fiscalização e padronização das atividades. Além disso, facilita e permite tomadas de decisões mais assertivas e auxilia no apontamento de melhorias ao longo do tempo.  

Benefícios da gestão da qualidade

  • Diminuição de erros, de retrabalhos, de reclamações de clientes e de prejuízos financeiros.
  • Traz segurança para o processo, para o serviço, para o produto e para o cliente.
  • Aumento da competitividade no mercado.
  • Padronização dos processos e melhoria contínua.
  • Aumento da credibilidade da empresa e da satisfação dos clientes.

Resistência na implantação do SGQ

Para Edgard Simmel Junior, Analista de Qualidade na Masotti Investimentos de Construções, a maior dificuldade ao implantar a gestão da qualidade é a resistência de algumas pessoas em acreditar que aquilo é de fato importante e que deve ser seguido e respeitado, pois fazem de outra maneira há anos e sempre funcionou. Para contornar a situação, ele orienta explicar que a vantagem não é imediata, pois alguns requisitos normativos não são para evitar problemas no curtíssimo prazo, mas para evitá-los no futuro. 

Para isso, é possível apresentar exemplos de empreendimentos que estão tendo problemas de pós-obra pelos mesmos aspectos que estejam sendo ignorados pelo gestor atual. Além disso, é interessante discutir os prejuízos financeiros que podem surgir.  

Por exemplo, deixar de tampar um buraco na parede é uma coisa; deixar de tampar 500, é outra. É preciso contratar pessoal, comprar material e atrasar a entrega. Por isso, é preciso haver um comportamento padrão a seguir e sempre registrar os fatos da obra. Assim, é possível planejar os próximos passos e evitar prejuízos. 

Outra forma, é mostrar como o SGQ ajuda a entender o cliente e sua visão em relação à empresa ao fazer pesquisas e trazer dados importantes para analisar o cenário atual e as possíveis melhorias. 

Enfim, não basta querer impor um método. É preciso explicá-lo. 

Principais erros

Junior ressalta que, sobretudo em grandes empresas, os profissionais da qualidade costumam engessar os processos e não explicar a importância de cada etapa, ao invés de apresentar os requisitos normativos. 

Ele defende que o profissional deve estar aberto às sugestões dos próprios gestores do processo, afinal, são eles quem o vivenciam no dia a dia e o conhecem com mais profundidade. Assim, deveriam discutir as normas e definir, juntos, a melhor maneira de atendê-las para tornar o processo mais produtivo.

Depois que o processo está implantado, há muitos erros no monitoramento – seja por sua ausência ou por sua má execução. É preciso utilizar indicadores específicos de acordo com os objetivos, além de monitorar os processos e a empresa como um todo: os clientes, a percepção dos funcionários com relação aos processos, a velocidade que as tarefas estão sendo cumpridas. Só assim, com dados, será possível enxergar as oportunidades de melhoria. 

Outro erro muito comum é cometido durante as auditorias internas e externas: auditar o pessoal, ao invés do processo. Afinal, elas existem para enxergar melhorias nos processos, verificar evoluções e inconsistências para que não ocorram novamente, independentemente de quem estiver em determinado cargo. Se há erro em uma determinada etapa, não interessa o nome de quem está ali, mas sim como será solucionado o problema. 

Como a tecnologia auxilia a gestão da qualidade

Softwares trazem mais segurança de informação, evitam a perda de dados e agilizam a tomada de decisões porque geram a informação de forma muito mais rápida e com gráficos automatizados. Junior ressalta que, com o Construpoint, consegue acompanhar as atividades que estão sendo realizadas na obra a distância, sem precisar se deslocar até cada local e utilizar tantos papéis que depois ficariam entulhados no escritório. 

Segundo Ralph Montelo, Diretor de Produtos da divisão Projetos e Obras da Construmarket, a plataforma Construpoint auxilia na gestão da qualidade em vários aspectos, sendo o principal deles a digitalização de todo um processo burocrático e de difícil organização.  

As construtoras que decidem pela implantação do software saem na frente no mercado e tem algumas vantagens: “ele simplifica e agiliza a coleta das informações no campo, automatiza a consolidação dos dados na nuvem e gera indicadores relacionados às não conformidades na entrega dos serviços e materiais”, afirma Montelo.  


TEXTO: Rafaela Assali   


Colaborou para esta matéria:

  • Edgard Simmel Junior, Analista de Qualidade na Masotti Investimentos de Construções.
  • Ralph Montelo, Diretor de Produtos da divisão Projetos e Obras da Construmarket.

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